Cada terreno conta uma história antes mesmo de ser construído. No caso desta residência, a topografia acentuada não foi um obstáculo, mas a premissa essencial para sua concepção. Em vez de nivelar a terra e impor uma estrutura artificial ao solo, o projeto abraçou sua natureza e criou platôs, transformando a geografia em parte integrante da arquitetura.

A casa se desenvolve em níveis, acompanhando o desenho do terreno e criando uma experiência espacial fluida e envolvente. Essa solução permitiu que os ambientes fossem amplos e interligados, aproveitando ao máximo a ventilação e a iluminação natural. A sensação de continuidade entre os espaços é reforçada pela integração visual entre os pavimentos, que se conectam de maneira orgânica por meio de varandas, mezaninos e planos abertos.

Cada platô tem sua função bem definida: as áreas sociais se expandem em um nível privilegiado, onde a vista e a conexão com a paisagem se tornam protagonistas. Já os espaços íntimos, situados em níveis estratégicos, garantem privacidade e conforto sem perder a relação com o entorno. Grandes aberturas e materiais naturais, como madeira e pedra, reforçam a harmonia entre a construção e o meio ambiente.

O resultado é uma residência que parece emergir do próprio terreno, respeitando suas características e transformando a topografia em uma aliada. Uma casa que se molda ao espaço em que está inserida, oferecendo ambientes generosos e dinâmicos, onde a arquitetura não apenas ocupa, mas dialoga com a paisagem.