No ponto mais alto e privilegiado de Santa Isabel, onde a vista se perde em um mar de colinas e vegetação exuberante, um projeto de ampliação ressignifica a relação entre tradição e modernidade. Aqui, a arquitetura não se impõe, mas dialoga com o tempo, criando um contraponto delicado e expressivo entre o passado colonial e a estética contemporânea.

A residência original, com seus arcos imponentes e detalhes clássicos, foi respeitada em sua totalidade. Os traços coloniais, impregnados de história e memória, permanecem intocados na fachada e na essência estrutural da casa. No entanto, as novas intervenções revelam um olhar arquitetônico que se volta para o presente: linhas retas, madeira em abundância e grandes planos de vidro transformam a experiência interna do espaço, criando um ambiente luminoso, fluido e integrado à paisagem.

O contraste entre estilos não é um embate, mas um encontro cuidadoso. Do lado de fora, a ampliação se dissolve na estética colonial, permitindo que a residência mantenha sua presença característica no cenário urbano. Já no interior, a transformação se revela plenamente. A luz natural atravessa os panos de vidro e percorre superfícies de madeira, aquecendo os espaços e valorizando cada detalhe da intervenção. O jogo entre sombra e transparência, o peso e a leveza dos materiais, reforça a dualidade do projeto: uma casa com alma histórica e espírito contemporâneo.

Este projeto não apenas amplia uma residência, mas amplia também o significado da arquitetura como ponte entre tempos distintos. A tradição e a inovação coexistem em perfeita sintonia, oferecendo aos moradores uma experiência única: de fora, a familiaridade e a nostalgia do colonial; por dentro, a sofisticação e a liberdade do contemporâneo.